

Essa consciência remete o consultor a um questionamento muito significativo: com qual expectativa estou sendo contratado? O que o empresário que me contrata e, por conseqüência, todos que fazem parte dessa empresa ou grupo de empresas espera como resultado da ação da consultoria na empresa?
Essas premissas devem ser levadas em consideração porque não é somente o público interno à empresa que cria expectativas. Os fornecedores, os clientes e, principalmente, os credores da empresa criam expectativas. Ou seja, a expectativa, dependendo do tamanho e da importância da empresa, passa a ser também do mercado onde essa empresa atua. E se as condições postas e dadas pela empresa não forem suficientes, a frustração se dará e poderá causar sérios e fortes prejuízos àqueles que apostaram no sucesso do trabalho.
Por isso, dependendo da situação vivida pela empresa, faz-se necessário considerar, previamente, em nível de diagnóstico, no mínimo os seguintes aspectos:
a) Patrimônio total da empresa;
b) Patrimônio com liquidez e capacidade de ser transformado imediatamente em caixa;
c) Capacidade produtiva instalada;
d) Disponibilidade dos sócios em se desfazer de bens imóveis para investir na empresa;
e) Valor e grau de obsolescência dos estoques;
f) Montante e qualidade dos recebíveis;
g) Tamanho da empresa;
h) Tamanho do mercado – em termos qualitativos e quantitativos -, além da sua extensão geográfica;
i) Custo de atendimento desse mercado geográfico considerado;
j) Grau e perfil do endividamento;
k) Margens de comercialização;
l) Equipe de funcionários do setor produtivo, comercial e administrativo;
m) Equipe de profissionais liberais como contadores, profissionais de TI, engenheiros e, principalmente, advogados à disposição da empresa e com conhecimento sobre a empresa e o seu negócio;
n) Grau de entendimento e predisposição dos diretores e sócios para aceitar a intervenção de uma consultoria dentro da empresa;
o) Pré-disposição dos diretores a acompanhar diária e efetivamente a ação da consultoria.
Esse diagnóstico prévio – e que deverá ser feito antes mesmo da negociação das condições do trabalho -, dará à consultoria uma noção das condições postas e dadas pela empresa e, também, uma noção do quão suficiente são as condições para o consultor realizar o trabalho esperado.
As condições podem ser melhoradas ao longo do trabalho? Sim, claro. E é normal que isso ocorra. Todavia, implicará na obtenção de resultados menores e com um prazo maior para sua ocorrência.
E se as condições dadas forem insuficientes? Muito provavelmente o resultado será frustrante para a consultoria contratada e para a empresa contratante. Todavia, quando o trabalho for um sucesso, é prudente jamais se esquecer das condições suficientes dadas e postas para a consultoria. E aos consultores envolvidos no trabalho, calma com o excesso de empolgação e crença no sucesso pessoal e pé no chão para saber reconhecer que, embora o trabalho tenha sido bem feito, sem a existência de um ambiente favorável e de condições suficientes o resultado definitivamente não teria sido o mesmo.
Autor: Economista Alfredo Fonceca Peris