O segundo passo a ser dado, uma vez coletada a informação, é o seu tratamento. E dentro dessa etapa, a separação por grupo, ou seja, se a informação é relativa a recursos humanos, a comportamento do consumidor, a comportamento do fornecedor, a mudança do trânsito na região onde a empresa está instalada, a mudanças ambientais, a mudanças tecnológicas, por exemplo, é muito relevante.Outra etapa importante é o armazenamento das informações num banco de dados disponível para consultas pela direção da empresa, de uma forma rápida e ágil. Para isso é necessário que a direção da empresa se acostume a usar e melhorar o canal de comunicação criado para que essas informações cheguem na hora certa.
O terceiro passo é o mais difícil. Consiste na criação do hábito de consultar as informações disponíveis antes de se tomar qualquer decisão. A partir do momento em que se adquire esse hábito, inicia-se o quarto passo no qual se torna necessário o desenvolvimento da capacidade de interpretação dessas informações. O que aquele número ou informação atual ou passada significa para o futuro? Não é exercício de futurologia, mas, sim, projeções futuras feitas com base no que aconteceu ou está acontecendo e que consiste no quinto e último passo. Essa capacidade é mais desenvolvida em algumas pessoas e menos em outras.
Todavia, a partir do momento em que se adquire o hábito de tomar decisões consultando sempre as informações disponíveis e relevantes para o assunto, se começa a desenvolver a capacidade de leitura dessas informações e projeções futuras com base nas mesmas. Portanto, o fluxograma dessa ação consiste em:
E como fazer isso? A primeira e mais importante fonte de informações é o setor de contabilidade ou o próprio escritório contábil no caso de empresas que terceirizam a sua contabilidade. A confecção do relatório diário de caixa, a separação e o envio dos documentos e dos relatórios de caixa para a contabilidade, quinzenalmente, fará com que o balancete contábil esteja disponível rapidamente, tão logo termine o mês. Consequentemente, o balanço anual também estará fechado tão logo termine o ano. É uma ação muito simples, porém negligenciada pela maioria das pequenas e médias empresas no Brasil.
A exigência de que cada setor tenha as suas estatísticas também é fácil de se obter e muitas vezes negligenciada. Por exemplo, no caso do setor de produção de uma empresa. Ajuda muito a coleta de informações sobre a produção diária.Quantos dias foram trabalhados em determinado mês? Quantas pessoas trabalharam e quantas horas foram trabalhadas? Quantas unidades foram produzidas? Quantas horas foram destinadas ao retrabalho, ou seja, a consertos de peças com defeitos? Qual o montante de matéria prima utilizada? Quantas horas-máquinas foram despendidas? Quantas horas-máquinas foram perdidas em função de manutenção preventiva? E de manutenção corretiva? São dados simples de serem coletados, todavia, capazes de apontar onde estão os problemas mais graves e mais fáceis de serem solucionados.Da mesma forma, essa coleta de dados pode ser feita no setor de recursos humanos, no setor comercial, no setor de pesquisa e desenvolvimento de novos processos ou produtos, no setor de transportes e entregas, no setor administrativo e no setor financeiro.
O mais importante é olhar para o fluxograma e começar. Muitas vezes, a contratação de uma empresa de consultoria especializada poderá ser de muita valia na montagem do sistema de coleta, tratamento e interpretação das informações. E também pode ajudar a conscientizar a direção da empresa que a tomada de decisões tendo como base informações passadas e presentes poderá ser uma minimizadora de erros no futuro. Uma vez que tomar decisões somente com base na experiência e no instinto, pode ser temerária num mundo em que as mudanças são tão rápidas.
Alfredo Fonceca Peris








